Por Bob Kellemen

Décima Parte

Viajar do sofrimento para o crescimento é um caminho longo e sinuoso. A cura para o Natal não é uma série de passos nem um plano secreto. Mais do que tudo, a cura é relacional – um relacionamento com Cristo e com o corpo de Cristo.

Conforme iniciamos nossa décima parte, a parte final de Cura para o Natal, quero destacar duas opções de cura de que dispomos: Cristo ou nós mesmos.

Caminho 1: Cavando cisternas – perseguindo amores falsos

Se seguimos o caminho batido, o caminho do mundo, nosso sofrimento durante o Natal guia-nos a amores falsos. Cavamos cisternas, cisternas quebradas que não seguram a água. Buscamos algo ou alguém que nos resgatará de nossas muletas da agonia, ou assim imaginamos.

Deus descreve o ato de cavar cisternas em Jeremias 2.13: O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água.

No Oriente Antigo, existiam duas opções para obter água. Você deveria se estabelecer próximo a uma fonte subterrânea de água clara, pura e borbulhante, ou poderia cavar uma cisterna para captar a água corrente e mantê-la em um poço estagnado que, com frequência, racharia e deixaria entrar a sujeira e vazar a água.

Cavar uma cisterna espiritual envolve rejeitar a Deus como nossa Fonte da Vida porque O vemos como inadequado, maldoso, destituído de amor (Jeremias 2.5, 19, 31). Quando rejeitamos o único Ser no universo que poderia satisfazer o último abismo de dor de nossa alma, escolhemos buscar substitutos imprestáveis, deteriorados, vazios, fúteis – cisternas.

E agora? Isso é tudo?

De forma alguma. Deus nos oferece muito mais, infinitamente mais, pois Ele oferece a Si mesmo.

Caminho 2: Adorando a Deus – vislumbrando a face de Deus

Ao invés de buscar amores falsos, que subjugam sua alma, você agora busca ao Deus indomável que captura a sua alma. Você adora a Deus. Em meio às perdas da vida, sim, você pode escolher adorar a Deus – entregar-se a Deus com amor, o que o leva a ministrar aos outros, envolvendo-os também com o amor de Deus.

“Adoração” é uma palavra muito comum. Mas o que realmente é adoração? Especificamente, em meio ao sofrimento, com o que essa adoração se parece?

  • Adoração é querer mais a Deus do que desejar alívio.
  • Adoração é encontrar Deus mesmo quando você não encontra as respostas.
  • Adoração é andar com Deus no escuro e tê-lO como a luz da sua vida.

Devemos entender a verdade de que cada problema é uma oportunidade para conhecermos melhor a Deus, e nossa batalha principal é conhecer bem a Deus. Assim, se quisermos que neste Natal a nossa dor nos leve à adoração, temos que fazer a nós mesmos uma pregunta primordial: “Como o meu sofrimento está influenciando o meu relacionamento com Deus?”. O sofrimento tanto pode nos empurrar para longe de Deus, quanto nos arrastar esperneando para perto de Deus.

A quem tenho nos céus senão a Ti?

A Bíblia, convida-nos constantemente a adorar a Deus em meio ao nosso sofrimento. A adoração como resultado final do sofrimento tem sempre sido o testemunho do povo de Deus.

Asafe, refletindo em seu sofrimento, concluiu: A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti (Salmo 73.25).

Davi concordou com isso, pois seu sofrimento provocava uma sede de Deus. Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.  A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar- me a Deus (Salmo 42.1-2).

Paulo olhou em retrospecto para uma vida de sofrimento e disse: Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando- me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos (Filipenses 3.8-10).

O que os escritores bíblicos disseram foi colocado em forma de poesia por Katharina Von Scholegel, compositora de hinos:

Descansa, ó alma, eis o Senhor ao lado;
Paciente leva, e sem queixar-te, a cruz;
Deixa o Senhor tomar de ti cuidado,
É imutável teu fiel Jesus!
Prossegue, ó alma, o Amigo celestial
Protegerá teus passos no espinhal!

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